Para se falar em óleos essenciais na oncologia, é importante conhecer um pouco de aromaterapia.
A aromaterapia, é uma terapia que através de óleos essenciais puros, promove ou melhora a saúde de forma integrada, obtendo equilíbrio físico, mental, psíquico e espiritual, tratando o ser humano em sua totalidade.
O termo aromaterapia foi utilizado pela primeira vez em 1928, pelo químico e perfumista francês, René Maurice Gattefossé. Atualmente, a aromaterapia é reconhecida pela OMS (Organização Mundial de Saúde) e desde 2018, no Brasil, é adotada pelo SUS (Sistema Único de Saúde) como tratamento de medicina integrativa.
Através de estudos e evidências científicas, a mesma vem sendo utilizada em hospitais da Europa, EUA, Canadá e no Brasil, como parte integrativa e complementar do tratamento da medicina tradicional.
É importante ressaltar que os óleos essenciais puros são substâncias compostas de estruturas químicas e complexas, derivadas da extração cuidadosa de diversas partes das plantas. Além disso, são responsáveis pelas propriedades terapêuticas, como anti-bacterianas, anti-virais, anti-fúngicas; beneficiando a população em geral, inclusive, os pacientes oncológicos.
Na oncologia, o papel dos óleos essenciais abrange diversos âmbitos, atuando especialmente na amenização e/ou minimização dos efeitos colaterais desencadeados pelo tratamento oncológico nesses pacientes. Tais efeitos colaterais, que podem ser apresentados pelos pacientes em tratamento oncológico, principalmente os decorrentes de alguns tipos de quimioterápicos, são: náuseas, constipação, diarréia, dor de cabeça, fadiga e dores musculares, que consoante comprovação científica através de estudos específicos, podem ser minimizados pela ação dos óleos essenciais puros.
Um exemplo disso é o óleo essencial de lavanda, que apresenta propriedades ansiolíticas e auxilia no sistema nervoso central e cardiovascular. O óleo essencial de lavanda, em sua forma pura, é um antioxidante que atua no sangramento nasal, além de outras propriedades como proporcionando analgesia, melhora da ansiedade e de dores de cabeça, entre outros benefícios.
É importante e necessário ter conhecimento e cuidado na utilização dos mesmos, pois cada óleo apresenta em sua essência componentes químicos que podem causar interação medicamentosa com os fármacos utilizados no tratamento oncológico. Como por exemplo, o óleo essencial de Gerânio. Esse, atua como calmante do SNC (Sistema Nervoso Central), ansiolítico, antidepressivo e como regulador hormonal, devendo ser evitado em pacientes com câncer de mama hormônio dependente.
Existem várias formas de utilização dos óleos essenciais, uma delas é através da inalação. Quando inalamos um aroma de óleo essencial, ocorre um mecanismo de ação que envolve várias partes do nosso organismo. Ao inalarmos, os receptores do nariz enviam mensagens para o nosso sistema límbico (amígdala) do cérebro, onde estão localizadas as emoções, ou seja, os efeitos gerados irão atuar no nosso estado emocional causando efeitos fisiológicos benéficos para o corpo, trazendo bem-estar.
Outra forma bastante utilizada é através da via cutânea, onde o óleo essencial é absorvido e transportado pela circulação sanguínea, sendo conduzido até os órgãos e tecidos do corpo humano, fazendo assim o seu efeito benéfico no corpo.
É de extrema importância alertar para que não hajam confusões em relação ao uso dos óleos essenciais em concomitância com qualquer tratamento médico, de que os óleos essenciais não substituem o tratamento medicamentoso, eles complementam e interagem para um melhor resultado no tratamento e melhor qualidade de vida para o paciente.
Maristela Zavariz
CREFITO: 22320-F
– Graduada em Fisioterapia – UFSM
– Pós Graduada em Fisioterapia Cardiopulmonar – UGFRJ
– Pós Graduada em Fisioterapia Oncológica -UNIFAE
– Formação em Aromaterapia, Reike, massagem ayurvédica e aromatouch