O Câncer de colo de útero é uma das neoplasias mais recorrentes em mulheres, e em estágios iniciais não apresenta sintomas. É causado pela infecção recorrente de alguns tipos do vírus Papiloma Vírus Humano-HPV (Conhecidos como tipos oncogênicos).
A infecção pelo HPV é muito incidente, porém nem todas as infecções causam o câncer. Por isso a necessidade de realizar anualmente os exames ginecológicos preventivos (popularmente conhecido como Papanicolau), neste exame é feito o rastreamento e se detectado uma lesão ou alteração celular no colo do útero, o tratamento é iniciado antes que o câncer seja formado. Outra forma de prevenção é o uso de preservativos, pois a infecção pelo Vírus HPV é sexualmente transmissível.
Atualmente já existe campanha de vacinação contra o vírus HPV. O Sistema Único de Saúde disponibiliza de forma gratuita para meninas de 9 a 14 anos e para meninos de 11 a 14 anos. A campanha preconiza essa faixa etária para que os adolescentes sejam vacinados antes mesmo de terem vida sexual ativa, diminuindo assim as chances de desenvolverem o câncer de colo uterino.
Uma vez diagnosticado, a abordagem de tratamento dependerá do estadiamento do câncer, podendo incluir a cirurgia, quimioterapia, a radioterapia: Teleterapia: (externa) ou Braquiterapia (intracavitária).
O acompanhamento com um fisioterapeuta especializado em Oncologia, se torna fundamental desde o diagnóstico até após o tratamento clínico, pois a cirurgia, quimioterapia e principalmente a radioterapia tem um grande efeito adverso que reflete na qualidade de vida da mulher.
A fisioterapia atua nas possíveis complicações pélvicas que podem ocorrer durante e após o tratamento clínico, que são: Mucosite Vaginal (se trata de uma inflamação na mucosa da vagina, que surge durante a quimioterapia), Radiodermite (são queimaduras da pele, induzida pela radioterapia), Incontinências urinária e fecal, e Linfedema de membros inferiores.
Uma outra disfunção Pós Radioterapia na região pélvica é a Estenose Vaginal, que causa o encurtamento e estreitamento do canal vaginal. A estenose apresenta repercussões negativas pois além de dificultar a realização de exames ginecológicos que requerem a visualização da vagina e do colo do útero, a paciente pode cursar com dor ou até mesmo a impossibilidade de manter relações sexuais, o que afeta a autoestima feminina gerando impactos emocionais.
O fisioterapeuta Oncológico possui recursos que podem tratar ou prevenir essas complicações, como por exemplo: Exercícios Terapêuticos, Fortalecimento do assoalho pélvico, massagem perineal, recursos de eletrotermofotorerapia para acelerar o processo cicatricial, Drenagem Linfática Manual e protocolos de prevenção e tratamento da Estenose.
É imprescindível uma consulta fisioterapêutica adjunto ao início do tratamento clínico, no primeiro contato é realizada a avalição pélvica e coletado todo histórico de saúde da paciente, para orienta-la sobre as possíveis alterações que podem ocorrer durante o tratamento, promovendo educação em saúde, pois através do autoconhecimento as próprias pacientes, identificarão se alguma alteração vier a surgir e iniciarão de forma precoce a reabilitação.
Portanto, a reabilitação das pacientes após o tratamento do câncer de Colo do Útero e/ou Tumores Pélvicos, deve ser realizada com o fisioterapeuta especializado em Oncologia, para que tenha segurança e efetividade, podendo manter funções sexuais preservadas e tornar possível a continuidade da realização dos exames ginecológicos com mais conforto, além de qualidade de vida.
Mizaele dos Santos Ferreira Nunes
Crefito:280756-F
– Graduada em Fisioterapia pela Faculdade de Tecnologia e Ciência, Itabuna/BA
– Pós Graduanda em Fisioterapia em Oncologia pela Faculdade Santa Casa, Salvador/Ba