Buscar por técnicas que nos possibilite oferecer aos nossos pacientes oncológicos a melhora da qualidade de vida faz parte da nossa atuação profissional e o dry needling vem agregar o arsenal terapêutico dentro da área da oncologia.
Para entendermos o dry needling, é preciso entender a Síndrome Dolorosa Miofascial.
Segundo a IASP – Associação Internacional para o Estudo da Dor, a SDM é uma fonte comum de dor musculoesquelética que tem como característica a presença de pontos gatilhos miofasciais. O ponto gatilho miofascial é um ponto hiperirritável dentro de uma faixa tensa no músculo esquelético que dói na compressão, alongamento, sobrecarga ou contração do tecido, que geralmente responde com uma dor local ou referida que predispõe a uma disfunção cinética. O ponto gatilho miofascial promove a redução da funcionalidade musculoesquelética, como a diminuição da amplitude de movimento e pode gerar dor, comprometendo assim a qualidade de vida dos acometidos.
Estudos recentes apontam que a síndrome dolorosa miofascial representa a incidência de cerca 11,8% a 44,8 % nos pacientes com câncer de cabeça e pescoço e câncer de mama e o que desencadeia essa síndrome é multifatorial, desde macrotraumas como a posição cirúrgica para tratamento do câncer até o descondicionamento físico muitas vezes instalado nesses pacientes.
A síndrome miofascial é muito comum, no entanto é negligenciada por profissionais fisioterapeutas e isso se deve principalmente porque o diagnóstico é baseado na atenção crítica e na capacidade técnica do profissional durante a avaliação física em localizar os pontos gatilhos miofasciais na musculatura, então é necessário um exame clínico minucioso e capacitação técnica do profissional.
Como conceito o dry needling ou agulhamento a seco, dispõe de que é a intervenção em que utilizamos uma agulha filiforme fina, geralmente as agulhas da acupuntura, através da pele para “inativar” pontos gatilhos miofasciais, promover o recrutamento muscular, o controle da dor musculoesquelética, a regeneração e a recuperação de tecidos sem qualquer substância fluídica, daí a termo “seco”.
O tratamento com dry needling tem como principal objetivo “inativar” esses pontos gatilhos miofasciais e assim promover a melhora da amplitude de movimento e dor. Estudos demonstram que o agulhamento a seco é um método eficaz e seguro no tratamento da sindrome dolorosa miofascial.
Vale destacar que nos dias atuais as técnicas devem ser integradas a nova neurociência da dor em que proporcionamos ao paciente o conhecimento adequado sobre dor, diminuímos as crenças, medos, mitos sobre dor e sobre as suas limitações das atividades. É trazer o paciente para o protagonismo no seu tratamento.
Daniele Salvaia – Fisioterapeuta – 132805/3 – Especialista em oncologia