O assunto aqui é sobre os corticoides e para começar vamos definir “Os corticoides, também conhecidos como corticoesteroides, cortisona ou cortisol, são hormônios produzidos pelas glândulas supra-renais.” podem ser sintetizados e transformados em medicamentos muito utilizados no tratamento do câncer.
De maneira geral, os corticoides são drogas que conseguem modular processos inflamatórios e imunológicos do nosso organismo, tornando-se extremamente úteis no tratamento de diversas doenças, entre elas o câncer.
O grande problema é que o uso prolongado dessas medicações podem ocasionar diversos efeitos colaterais indesejáveis, entre eles: Insuficiência da glândula suprarrenal, Síndrome de Cushing, Osteoporose, Catarata, Trombose, Úlceras, Hipertensão arterial, Hiperglicemia (aumento dos níveis de glicose no sangue), Psicopatias, Distúrbios do humor e Miopatias.
Esse último efeito descrito, as Miopatias tem importante impacto sobre a condição física dos pacientes. Reconhecer a miopatia como um dos efeitos colaterais do uso prolongado dessas medicações e de fundamental importância para o fisioterapeuta, sendo a fraqueza muscular uma queixa frequente, em que no quadro clínico apresenta-se de forma progressiva, inicialmente na musculatura proximal dos membros inferiores e, posteriormente, envolve toda musculatura dos quatro membros, poupando os músculos faciais e esfincterianos.
A incidência de fraqueza muscular progressiva associado ao uso crônico de corticosteróide varia entre 2 e 21 % dos pacientes submetidos à terapia com estas drogas e exame de eletroneuromiografia demonstram atrofia de fibras musculares do tipo II b.
Embora não seja clara a patogênese de como isso acontece, sabe-se que a miotoxicidade, ocorre pelo tecido muscular ser altamente sensível a drogas e toxinas, devido à sua intensa atividade metabólica.
Para melhora desse sintoma que pode ocasionar importante perda funcional em pacientes que fazem uso crônico de corticoides é necessário interrupção do tratamento de maneira gradativa e com acompanhamento médico e um programa de reabilitação fisioterapêutica para melhora da força muscular e prevenção de outras complicações que podem vir associadas à inatividade proporcionada pelo quadro de fraqueza muscular.
Um programa de exercícios individualizado e que respeita a condição geral do paciente, deve ser elaborado pelo profissional de acordo com sua experiência e recursos, sempre visando maximizar os potencias do paciente que acabam sendo diminuídos pela doença oncológica em si e os tratamentos para combate a doença, nesse caso a corticoterapia.
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Autor: Ana Paula Oliveira Santos
Pós graduação em Fisioterapia Hospitalar em Oncologia no Ac Camargo
Coordenadora do Comitê de Fisioterapia da ABRALE
Mestranda em Mastologia pela UNIFESP
Coordenadora de Ensino da BioOnco e da OncoEnsino